segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A voz do silêncio


Pior do que a voz que cala, é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!

Imediatamente me veio à cabeça situaçõesem que o silêncio me disse verdades terríveis,pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.Silêncios que falam sobre desinteresse,esquecimento, recusas. (...)

Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.É mil vezes preferível uma voz que diga coisasque a gente não quer ouvir,pois ao menos as palavras que são ditasindicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamentoarticulam argumentos,expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planosque não são compartilhados.

Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica,ouvimos um dos dois gritar:"Diz alguma coisa, mas não ficaaí parado me olhando!"

É o silêncio de um, mandando más notíciaspara o desespero do outro.
Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura,o silêncio a dois não incomoda,pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,é aquele que fala. E fala alto.
Quando ninguém bate à nossa porta,não há emails na caixa de entradanão há recados na secretária eletrônicae mesmo assim, você entende a mensagem."(M. Medeiros)

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