quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Margareth Atwood afirmou que “o medo tem um odor, assim como o amor”.
Dizem que as origens da excitação e do medo se encontram na mesma parte do cérebro.
Quando temos muito medo de alguma coisa nossa excitação aumenta e se torna perfeitamente perceptível.(Sherry Argov)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Solidão contente

O que as mulheres fazem quando estão com elas mesmas


Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão.

Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas.

Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.

Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas.

“Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”.

Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.

Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou.

Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.

A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.

A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.

Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?

A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.

Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.

Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.

Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.

Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.

Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.

By Ivan Martins, jornalista (Época).


Recebi de uma amiga muito especial, que as vezes é implacável com as palavras, outras vezes prefere o silêncio, mas na maioria das vezes sabe doar seu apoio na dose certa e no momento em que poderá surtir efeito.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Amor em palavras

Garradim, igualzim nós dois! rs

Acredito que as pessoas tenham vários sonhos, mas encontrar o amor de suas vidas é um que deve estar presente na lista de todos. Eu já amei por várias vezes. Bom, pelo menos, na época, achava que era amor. Hoje sei que estava enganada. Amar é completamente diferente!
Amar nos alarga alma, nos dá a capacidade de entender o outro que por muitas vezes não era compreendido ou compreender o que há muito tempo buscávamos entender em nós mesmos. Amar acalma o coração, nos dá paciência e nos faz acreditar no que "ainda é impossível". Amar nos faz ter fé naquilo que ninguém acredita!
Bem, antes de começar a escrever e dizer mil coisas sobre o amor, gostaria de dizer que a minha intenção não é fazer desse blog um diário amoroso, escrevendo sobre especificidades do meu amor. Não que eu já não tenha escrito sobre ele aqui, pelo contrário. Só quero esclarecer que hoje estou abrindo uma exceção para falar sobre ele, pois não quero que se torne um hábito literário.
Não vou me estender falando sobre suas qualidades físicas, de seu olhar firme e doce e de seu sorriso solto que ilumina todo o seu rosto e o meu coração. Apenas dizer que ele é um homem simples, ás vezes rude, mas simpático, sempre amigo, indiscutívelmente íntegro. E discutivelmente sensato, alías nem discutimos mais! Ele me mostrou que não é preciso ter razão sempre. Um homem admirável e ás vezes inseguro. Tudo nele é confortavelmente aconchegante, seu abraço, seu cheiro, seus carinhos. É capaz de me fazer sentir a mulher mais especial, mais linda, mais inteligente, mais incrível do mundo!
E não é assim que deveríamos nos sentir sempre? A resposta é Não. Infelizmente só nos sentimos assim quando encontramos o amor de nossas vidas!
Bom, para concluir, eu só gostaria de agradecer a Deus e aos anjos que me protejem por ter encontrado nossos caminhos. Ainda que haja quem duvide que algum dia possa dar certo, eu acredito e por isso agradeço. Pois é com uma pessoa exatamente como ele que eu sempre sonhei em dividir a minha vida. Acredito que apesar dos rótulos, da distância, das diversas pedras no caminho, existem coisas que só o tempo poderá responder.
Já você meu amor, se vier aqui, não sinta a exposição desse texto, mas a doce e leve emoção de ter o meu amor em palavras.
By Markélen 07/06/10

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

VIVER DESPENTEADA




Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie,
por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade…
O mundo é louco, definitivamente louco…
O que é gostoso, engorda. O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia…
- Fazer amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar à pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível…

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos
eu vou estar com o cabelo bagunçado…
mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.

É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável,
toda arrumada por dentro e por fora.
O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:
Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça,
coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria…

e talvez deveria seguir as instruções, mas
quando vão me dar a ordem de ser feliz?
Por acaso não se dão conta que para ficar bonita
eu tenho que me sentir bonita…
A pessoa mais bonita que posso ser!

O único que realmente importa é que ao me olhar no espelho,
veja a mulher que devo ser.
Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:

Entregue-se, Coma coisas gostosas, Beije, Abrace,
dance, apaixone-se, relaxe, Viaje, pule,
durma tarde, acorde cedo, Corra,
Voe, Cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável,
Admire a paisagem, aproveite,
e acima de tudo, deixa a vida te despentear!!!!

O pior que pode passar é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Felicidade não se acha se conquista...

Quando a gente se propõe a amar alguém isso significa automaticamente correr riscos, possibilidades de ser feliz e também de ter momentos ruins, de nos magoar com as falhas e ausências da outra pessoa, afinal quem nesse mundo é perfeito?

"Acho que somos todos mais frágeis do que gostaríamos, estamos todos ainda lutando para evoluir, e quando alguém não corresponde às nossas expectativas não é culpa dela/dele. A aceitação de que ninguém é perfeito e de que o egoísmo e o medo fazem parte da vida nos ajuda a aceitar as pessoas como elas são, e a amá-las apesar de tudo." (Léa Waider)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Menina e o Moço

Essa história vou registrar, pra poder eternizar.
Alguém me disse que quando a gente escreve, e o outro lê,
ninguém mais pode apagar.
É uma história de amor, dessas do interior.
Cheia de desencontros, distância e muita, muita paciência...
Por isso qualquer causo ou fato não é mera coincidência.

Ela era uma menina: 14 ou 15, acho que 16 anos era o que tinha.
Ele era um moço feito, trabalhava na roça, mas na cidade sempre ia e vinha.
Numa dessas correria, encontrou a menina...
Sozinha ela não saía, sempre na companhia de uma amiga.
Ah que olhar interessado!
Mas o cupido atrapalhado, flechou o coração errado!
A amiga é que gostou do moço e foi com ela que ele começou a namorar.
E à menina só restou esperar,
que o danado do cupido a história fosse consertar!


A amizade surgiu primeiro, o que era de se esperar.
Mas um dia o cupido atrapalhado fez a história revirar:
A amiga não queria mais o moço,
mas o moço com todas queria namorar.
A menina ficou foi brava com a miséria de cupido que lhe foram arrumar!

Algum tempo se passou...
o cupido ela despachou.
E foi aí que despertou:
quando o moço pra menina olhou,
nunca mais se desgrudou.
O amor foi aumentando,
com respeito e carinho o namoro se formando.

Mas como nada foi fácil nessa história, guardo tudo na memória.
O pai da menina, um sujeito cauteloso, não queria nem ver o moço: - Pra ser genro nem pensar!
E ela teve que se mudar, na cidade grande foi estudar.


Olha que história mais contraditória!

Cada um buscou um caminho sem saber onde ia dar
viveram outras histórias, de lutas, vitórias, sem saber o que esperar
E não é que pra muito, muito longe o moço foi morar?
A menina? Continuou no mesmo lugar...

Mas por obra da modernidade,
Ele de lá e ela de cá...voltaram a se falar.
Com a mesma afinidade, faziam planos, contavam os anos pra ele voltar.

A menina, que nem era mais tão menina, mal podia imaginar que esse dia ia chegar.

Podem contar milhares de milhas, foi o que ele percorreu pra chegar,
Pra ver sua Menina no mesmo lugar.
E ela ver o seu Moço, no lugar onde sempre quis estar.

E o final dessa história?
Só depois que ela voltar de lá...

By Markélen