quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Lembranças das várias Infâncias

Da loja de pai... é o que me lembro desde sempre!

Vendia-se de tudo...plástico, chapéu, bota, roupas, tecidos, linha, chinelos, máquina de costura, velocípedes, móveis, travesseiros e tecidos...Muitos tecidos, prateleiras enormes com vários deles, subia-se com escada nas enormes prateleiras para pegá-los! De todas as cores, espessuras, texturas, os quais se cortavam com o metro de madeira amarelo e tesoura amolada. Alguns podiam-se rasgar, outros tinham que ser cortados na linha do tecido, sem ficar torto!
O durex sempre em cima do balcão, tinha uma frase no suporte para os desavisados: “durex não é tira-gosto!” Tudo era embrulhado, fosse pra presente ou não, feito com muito capricho, sem embolar o papel.

A máquina registradora, tinha um barulho inconfundível ao rodar a manivela. O livro de entrada e saída de mercadoria, tudo devidamente registrado e contabilizado. E tinha o cofre com seu misterioso segredo, pai adorava fazer um suspense ao girar os números e destravar a porta e meu irmão adorava contar vantagem mostrando que sabia o segredo...rs

Os balcões de madeira e vidro sempre limpos combinavam com as prateleiras e vitrine que mais parecia uma cristaleira de tão linda...e tinha também o grande espelho branco, o meu preferido!
Os clientes todos tratados com muito respeito... “o cliente tem sempre razão” dizia pai incansavelmente... Sem distinção, o pobre, o rico, o cego, o prefeito, o deficiente, a prostituta, o lavrador, o analfabeto, o velho, o homossexual, o padre, todos compravam lá na loja de pai!

Lembro de tantos detalhes...dos amigos lojistas e de como a gente brincava num entra e sai de balcões: Tia Magnólia tão cheirosa e arrumada, casa Raje, Tonin Xeté, Bebê, Seu Dema, Seu Camilo, Alipin, Manel do Povo, Du (na praça do Coreto), e assim era a ciranda da Praça das Lojas quando eu era criança, lugar onde brinquei e aprendi a ser gente grande!

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